quinta-feira, 6 de agosto de 2009

“Um sabor a pouco e um querer mais...”

Dormir.Nunca havia encarado com tanta intensidade,este ato comum e obviamente necessário! As últimas noites foram tão estranhas. Estou na casa do Pai em Caxias do Sul, durmo em uma cama de solteiro. No quarto encontra-se meu irmão caçula (15 anos), computador, criado mudo, roupas, minhas partituras e um violão... Nada fora do normal. Mas a cama nunca foi tão espaçosa, arrumada, fria, vazia e nervosa, quanto agora. Busco refúgio em seus cantos, parece que não a quero ocupar, tão quanto incomodar. O fino e único travesseiro que ocupo aqui, já não tem a mesma função de apoiar a cabeça e embalar meus sonhos. Escolho um lado e o coloco embaixo do ombro, apoiado nas costas. É engraçado como isso me tranqüiliza, afaga e ameniza a falta daqueles ventos doces e intensos, que passeavam dia a dia em meu ser, por completo. Acordo com a sensação de que o pesadelo da noite passada se foi, mas a conformação da verdade, essa ainda não me sai do pensamento, pelo menos não nas primeiras horas do dia. Em geral as tardes são extremamente proveitosas, com muito estudo, tanto piano quanto as exatas e humanas, um mate ali outro acolá, alguns passeios, boas conversas, coisas a agregar. Anoitece, a garagem é só minha, do piano, do carro e coisas velhas. Toco para todos eles, crio melodias como se fossem caminhos que levam as estrelas, parece não ter fim. Insisto em alguns destes caminhos por serem tão belos, que tocam minha alma. Mas em cada espaço, cada silêncio, cada suspirar, os pensamentos me levam a vagar por aqueles passos leves, lindos, precisos e brincantes, de um bailar estonteante, que até o chão por ali pisado se faz acanhado.
O dia passa e a noite vem, não quero dormir, mas me faz bem.

Um comentário:

  1. Belas reflexões...isso é crescimento...e não existe crescimento sem dor. A propósito, visita meu blog: gilsongoulart.blogspot.com
    abraço.
    Gilson

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